sábado, 6 de dezembro de 2008

O poder da palavra imperativa.

O poder da palavra imperativa.
Imperar é atributo que sugere poder. O imperador comanda o império, rege com autoridade. Imperativo é tudo o que ordena, o que governa.
Na linguagem temos os verbos imperativos. São aqueles que dão ordens. Sempre que os leio escuto gritos, vozes querendo me convencer do conteúdo que sugerem. O verbo é a casa da ação. Dele se desdobram movimentos. Verbos mobilizam os sujeitos.É a regra da gramática, mas é também a regra da vida.Penso nas palavras que me ordenam. Quero compreender a razão de gritarem tanto sobre os meus ouvidos e de me moverem para a vida que vivo. A interpretação que faço do mundo passa pelos verbos que imperam sobre mim. Por isso, a qualidade da vida depende dos verbos que imperam sobre ela. Gosto de conjugar o verbo “amar” no imperativo – “Ame!” Não há necessidade de complementos. Ame este ou aquele. Ame agora ou depois. Não há justificativas. É só amar. É só seguir a ordem que o verbo sugere. “Ame!” Repito. Não escuto gritos, mas uma voz mansa com poder de conselho. Voz que reconheço ser a de Jesus a me conduzir por um caminho seguro que me fará viver melhor.“Ame!” Ele repete! “Ame!” Ele aconselha. Tenho aprendido que o amor é o melhor jeito de responder às questões do mundo. Experimento isso na carne. Eu fico melhor cada vez que amo. Digo isso como homem religioso que sou. A religião é a casa do amor, assim como o verbo é a casa da ação. Se não é, não é religião. É esconderijo onde acomodamos nossa hipocrisia.
É lugar onde justificamos nossas intolerâncias. É guerra fria que fazemos em nome de Deus. Eu ainda acredito que o amor é a religião que o mundo precisa. Jesus ensinou isso. Morreu por crer assim. levou à potência máxima o imperativo do amor, e não fugiu das consequências. Tenho medo quando nos especializamos em qualificar as pessoas como boas ou ruins, em nome da religião. Tenho medo de deixar que outros verbos imperem sobre minha vida. Verbos que excluem, abandonam, jogam fora e que condenam a partir de aparências... É nesta hora que eu me recordo do imperativo de meu Mestre
- “Ame!” E só assim eu descanso. Eu sei que você também costuma se perder em tantas realidades desta vida. Eu sei que o seguimento de Jesus costuma nos colocar em encruzilhadas, porque não há seguimento sem escolhas. É natural que nasçam dúvidas e a gente se pergunte
– E agora?
Como ser de Deus no meio de tantas realidades contrárias?
Como manter o olhar fixo no que cremos sem que a gente precise cometer o absurdo de desprezar os que creem diferente de nós?
Nem sempre conseguimos acertar, fazer da melhor forma.
Quer um conselho?
Ame!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Quando o "diabinho" fala mais alto do que o "anjinho"?

Era uma vez uma menina de 15 anos, chamada Eloá. Ela tinha um namorado chamado Lindemberg. Já em meio a uma série de desentendimentos o namoro se estendeu por três anos, até chegar o inevitável rompimento. Dia 17 de outubro a turbulenta trajetória terminou da maneira mais trágica possível: o ex namorado feriu mortalmente Eloá, e de quebra atingiu também sua amiga Nayara.
Como no caso de Isabella, há uns meses atrás, a mídia não apenas deu cobertura aos fatos, mas martelou, com insistência, sobre os mesmos fatos e os mesmos ângulos. Como então também desta vez cabe uma pergunta no que se refere às razões de tanta insistência sobre um determinado episódio trágico.
Uma coisa é constatar, narrar e analisar fatos. Outra é trazer um fato isolado para o centro do palco, como se nada de semelhante estivesse acontecendo em muitos outros lugares. Uma coisa é certa: como em outros crimes parecidos dentro de alguns dias outros semelhantes irão se configurar em algum outro lugar.
No presente caso cabem sobretudo algumas interrogações mais direcionadas ao cerne da questão, cerne de alguma forma sugerido pelo próprio criminoso ao afirmar que estava acompanhado simultaneamente de um "diabinho" e de um "anjinho".
Ora o anjinho, ora o diabinho falavam mais alto aos seus ouvidos. O anjinho sugeria que libertasse a refém e se entregasse; o diabinho, que a matasse. O diabinho acabou vencendo, mas deixando no seu rastro uma pergunta muito séria, que ultrapassa o presente episódio: afinal, quando é que o diabinho fala mais alto do que o anjinho?
Trata-se de uma pergunta difícil de ser respondida, pois envolve vários níveis de consciência da pessoa e até mesmo circunstâncias que agem sobre a pessoa sem que ela se dê sempre conta. Em crimes como este, impulsos inconscientes e mistério do mal se interpenetram de tal forma que qualquer juízo sobre o que conduz a tais desatinos se apresenta como temerário.
Mas, com certeza, no caso de Lindemberg o que ele denominou de "diabinho" já vinha sussurando há muito tempo qual o caminho a seguir. Na exata medida em que Lindemberg ia alimentado um ciúme doentio, que transformava a pessoa amada em objeto obsessivo dos seus desejos, o diabinho já estava em plena ação. O revolver, o cativeiro, e todos os demais desdobramentos, seguiram exatamente as insinuações do diabinho.
É que nós seres humanos somos continuamente interpelados por um anjinho que se chama Amor, com "A" maiúsculo. Somos também continuamente interpelados por outros amores, com "a" minúsculo, que seriam melhor traduzidos pela palavra paixão. O primeiro, normalmente é fruto de uma caminhada de vida, onde a faísca inicial do Eros vai abrindo espaço para a amizade, até chegar à partilha da vida, que o Evangelista São João denomina de "ágape".

A paixão, por sua vez, seguida por um ciúme doentio, é como uma torrente incontrolável, que destrói tanto quem lhe opõe qualquer tipo de resistência quanto quem o alimenta.
Como bem expressa o Apóstolo Paulo no capítulo 13 da sua primeira carta aos Coríntios, o Amor é um dom do Espírito, e por isto mesmo não se irrita, nem é possessivo, mas "é paciente,... não guarda rancor... tudo desculpa...". A paixão, pelo contrário, faz parte do que o mesmo Apóstolo denomina de "obras da carne". Muito curiosamente na sua carta aos Gálatas ( 5, 19-21) Paulo coloca o ciúme entre os pecados que excluem do Reino, para caracterizar os estragos que ele costuma fazer.
Felizmente, tragédias como esta não revelam apenas o "diabinho": acordam igualmente muitos "anjinhos". São eles que induzem os colegas e milhares de pessoas à solidariedade, bem como inspiram os pais e parentes à generosidade que os leva a doar os órgãos da filha querida, para que outros possam viver.
No mais, os diabinhos sabem muito bem que obtém uma ou outra vitória, mas que estas mesmas vitórias são apenas aparentes, pois levam um grande número de pessoas a repensarem suas trajetórias de vida.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

DAR UM F5 NA MINHA VIDA




'Aumente a memória' de seu relacionamento com Deus


Estou atualizando minha vida. Como passa o tempo e "notícia velha irrita muita gente", eu procuro atualizar minha vida a cada momento. "Dar um F5" é ter a certeza de que algo de bom aconteceu naquela situação que estava parada na janela do meu "Windows".
Às vezes, no ato de atualizar, "dar F5", encontro situações que "não respondem ao sistema". Situações que "travam" outros "programas". Privam-me de ter acesso aos meus relacionamentos. Nessa hora é preciso ter coragem de dar um "Ctrl + Alt + Del", bloquear situações, fechar janelas. E se preciso for, "desligar" ou fazer "logoff".
Lembro-me do passado como um aprendizado, não como uma prisão; vivo o presente semeando no hoje os frutos do amanhã. E deixo "arquivado" aquilo que me promove como pessoa.
Revejo atitudes, analiso se algo não precisa ser mudado; se descobrir que sim, procuro não me envolver com a angústia, e sim, com a serenidade que é o primeiro passo para que a mudança ocorra. "Lixeiras" também precisam ser esvaziadas. É preciso ter coragem de "formatar" nossa história.
Vivo o luto, porque se não chorarmos nossas dores, não podemos fechar um ciclo e iniciar outro, e a vida é constante renovação. Então, não paralisemos nossos passos nem nos tornemos descrentes; aprendamos a viver.
Um novo "comando" pode ser dado!
Agora envio para você este "SMS":
"Aumente a memória de seu relacionamento com Deus e compartilhe com os que ama aquilo que foi registrado em seu coração".
Creia: ser gente é ter capacidade de dar "ESC" quando precisar; "F5" a cada dia, e também "reiniciar" quando tudo deu errado, na certeza de que novas "janelas" lhe são oferecidas.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

A VOCAÇÃO PROFISSIONAL



Acredito que toda criança escuta a famosa pergunta: “O que você vai ser quando crescer?” E assim, mesmo sem entendermos bem, crescemos com um questionamento vocacional dentro de nós. A palavra “vocação” vem do latim “vocatione” (substantivo) e significa “chamado”, “escolha”, “talento”, “aptidão” ou “vocare” (verbo), que significa “chamar”.
Podemos dizer que existem dois tipos de chamado: um humano e outro divino. O que chamamos de humano consiste na possibilidade de realização de todas as nossas capacidades ou talentos. A dimensão divina consiste no chamado a termos uma relação pessoal com Deus. As duas dimensões são igualmente importantes.
Hoje, no entanto, falaremos um pouco da primeira dimensão, ou seja, da humana. Na escolha por uma profissão é importante levarmos em conta a realização pessoal e o serviço ao próximo. Para descobrirmos a nossa vocação precisamos responder a perguntas como: Do que eu gosto? Quais são as minhas aptidões naturais? O que fala mais alto em mim quando penso em uma vocação? Responder essas perguntas é o primeiro passo para a descoberta de nossa vocação.
Entretanto, precisamos salientar que precisamos perceber em que temos uma maior habilidade e adaptar o nosso talento natural à realidade, pois o trabalho também possui uma outra dimensão que é a de prover a subsistência de cada um de nós.
Victor Frankl afirma que: “O trabalho pode representar o campo em que o ‘caráter de algo único’ do indivíduo se relaciona com a comunidade, recebendo assim o seu sentido e o seu valor. Contudo, este sentido e valor é inerente em cada caso, à realização (à realização com que se contribui para a comunidade) e não a profissão concreta como tal. Não é, por conseguinte, um determinado tipo de profissão que oferece ao homem a possibilidade de atingir a plenitude. Neste sentido, pode-se dizer que nenhuma profissão faz o homem feliz. A profissão, em si, não é ainda suficiente para tornar o homem insubstituível; o que a profissão faz é simplesmente dar-lhe a oportunidade para vir a sê-lo”.
A nossa profissão constitui-se numa possibilidade de nos colocarmos a serviço do outro, e é nessa possibilidade que o nosso trabalho ganha importância e significado, permitindo-nos a descoberta de quem realmente somos. A realização que vem do trabalho tem relação com o que há de mais específico e original em cada um de nós.
No exercício profissional podemos expressar, de forma única, quem somos e, assim, oferecer uma contribuição para a sociedade que somente nós podemos dar. Isso independentemente do que fazemos. Portanto, a questão não está no que fazemos, e sim, em como fazemos. Claro, precisamos estar atentos à realidade em que vivemos e as oportunidades que por um acaso possam surgir para bem aproveitá-las. Mas o mais importante é entendemos que não é uma profissão que faz o homem feliz; uma profissão apenas oferece oportunidade para sermos feliz. A verdadeira felicidade está em servimos ao outro e a Deus.
São Domingos Sávio dizia que: “Ser santo é cumprir bem os deveres e ser alegre”. Ele nos deixou a lição de que “trabalhar com alegria” é um bom caminho que podemos seguir rumo à santidade e, dessa forma, podemos unir as duas dimensões vocacionais: a humana e a divina.
Façamos tudo com alegria, na certeza de que independente da nossa profissão, independente do que nós fazemos, podemos contribuir para o bem de outros, podemos deixar a marca da nossa singularidade, pois somos “únicos e irrepetíveis” como bem dizia Victor Frankl. Procuremos viver a cada dia o princípio deixado por São Paulo: “Quer comais ou bebais ou façais qualquer outra coisa, façais tudo para a glória de Deus” (1Cor 10,31).

domingo, 20 de julho de 2008

TUDO DIFERENTE


Embora você quase não perceba, está tudo diferente à sua volta.
Aliás, se você não está vendo muita coisa diferente, dê uma paradinha mais
longa hoje diante do espelho.
Quem você vê diante do espelho é a mesma
pessoa de ontem?
Seguramente sua imagem está mudada. Milhares de células novinhas surgiram
há instantes. E não se preocupe com sinais de envelhecimento, algumas
ruguinhas novas não farão mal nenhum. O que importa é o que você vê além
do espelho dos seus olhos refletido.
Você gosta de quem você vê no espelho? Está de bem com essa pessoa?
Reconhece bem todas as pessoas que passeiam por trás dos olhos que você vê
no espelho, enquanto faz a barba pela manhã ou enquanto capricha na
maquiagem, ensaiando o melhor sorriso?
Aliás, quando você ensaia um sorriso, você pensa em quem? Para quem você
daria o seu melhor sorriso hoje? Uma sugestão: escolha todo mundo.
Seu sorriso brilhando nos olhos do maior número de pessoas possível vai
fazer com que você se torne uma pessoa ainda mais bonita do que já é.
Use sua sensibilidade para notar e entender as mudanças que ocorrem a todo
momento no processo da vida. E esteja de bem.
Você é dono do seu tempo... da sua vontade... da sua atitude.

DIA DO AMIGO


Amizade - Sentimento fiel de afeição, simpatia, estima ou ternura entre pessoas que geralmente não são ligadas por laços de família ou atração. (Dicionário Aurélio)
Quem é ou tem um amigo ou traz no peito esse sentimento nobre, sabe que a amizade vai muito além da definição de um dicionário.
A amizade é uma espécie de amor fraterno que, quando verdadeiro, só deseja uma única coisa em relação ao amigo: vê-lo feliz. Vê-lo realizar seus sonhos, desenvolver seus potenciais, alcançar suas metas.E tem como base a troca - de experiências, de anseios, de vida - envolto num clima de fidelidade, confiança e respeito mútuo.Respeito, inclusive, pelos defeitos, por aquilo que, se não podemos mudar, ao menos podemos relevar e ajudar no que for possível.Amigo, afinal, é para todas as horas, tristes ou felizes, com grana ou sem grana, para a aventura ou para o tédio.
Feliz Dia da Amizade!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Se eu morrer antes de você...

Se eu morrer antes de você, faça-me um favor:Chore o quanto quiser, mas não brigue comigo.
Se não quiser chorar, não chore.Se não conseguir chorar, não se preocupe.Se tiver vontade de rir, ria.Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça eacrescente sua versão.
Se me elogiarem demais, corrija o exagero.Se me criticarem demais, defenda-me.Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eutinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam.
E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, digaapenas uma frase:- "Foi meu amigo, acreditou em mim e sempre me quis por perto!".Aí, então derrame uma lágrima.Eu não estarei presente para enxugá-la, mas não faz mal.Outros amigos farão isso no meu lugar.
Gostaria de dizer para você que viva como quem sabe que vai morrer um dia, e que morra como quem soube viver direito.Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e seinaugura aqui mesmo o seu começo.
Mas se eu morrer antes de você, acho que não vou estranhar o céu."Ser seu amigo, já é um pedaço dele..."
(autor desconhecido)


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

HOSPITAL DO SENHOR

Fui ao hospital do Senhor fazer um "check-up" de
rotina e constatei que estava doente.
Quando Jesus mediu minha pressão, verificou que
havia baixa de ternura.
Ao medir a temperatura, o termômetro registrou 40
graus de egoísmo.
Fiz um eletrocardiograma e foi diagnosticado que
necessitava de uma ponte de amor, pois minha artéria
estava bloqueada e não estava abastecendo meu
coração vazio.
Passei pela ortopedia, pois estava com dificuldade de
andar lado a lado com meu irmão e não conseguia
abraçá-lo por ter fraturado o braço, ao tropeçar na
minha vaidade.
Constatou-se miopia, pois não conseguia enxergar
além das aparências. Queixei-me de não poder ouvi-lo
e diagnosticou bloqueio em decorrência das palavras
vazias do dia-a-dia.
Obrigado, Senhor, por não ter me cobrado consulta,
pela sua grande misericórdia. Prometo, ao sair daqui,
somente usar remédios naturais que me indicou e que
estão no Evangelho. Vou tomar diariamente, ao me
levantar, chá de agradecimento; ao chegar ao
trabalho, beber uma colher de sopa de bom dia; e de
hora em hora, um comprimido de paciência, com um
copo de humildade. Ao chegar em casa, Senhor, vou
tomar, diariamente, uma injeção de amor e, ao me
deitar, duas cápsulas de consciência tranqüila. Agindo
assim, tenho certeza de que não ficarei mais doente e
todos os dias serão de confraternização e
solidariedade.
Prometo prolongar este tratamento preventivo por
toda a minha vida, para que quando eu for chamado,
possa seguir em paz.
Obrigado senhor, e perdoe-me por tomar o seu tempo.