segunda-feira, 25 de agosto de 2008

A VOCAÇÃO PROFISSIONAL



Acredito que toda criança escuta a famosa pergunta: “O que você vai ser quando crescer?” E assim, mesmo sem entendermos bem, crescemos com um questionamento vocacional dentro de nós. A palavra “vocação” vem do latim “vocatione” (substantivo) e significa “chamado”, “escolha”, “talento”, “aptidão” ou “vocare” (verbo), que significa “chamar”.
Podemos dizer que existem dois tipos de chamado: um humano e outro divino. O que chamamos de humano consiste na possibilidade de realização de todas as nossas capacidades ou talentos. A dimensão divina consiste no chamado a termos uma relação pessoal com Deus. As duas dimensões são igualmente importantes.
Hoje, no entanto, falaremos um pouco da primeira dimensão, ou seja, da humana. Na escolha por uma profissão é importante levarmos em conta a realização pessoal e o serviço ao próximo. Para descobrirmos a nossa vocação precisamos responder a perguntas como: Do que eu gosto? Quais são as minhas aptidões naturais? O que fala mais alto em mim quando penso em uma vocação? Responder essas perguntas é o primeiro passo para a descoberta de nossa vocação.
Entretanto, precisamos salientar que precisamos perceber em que temos uma maior habilidade e adaptar o nosso talento natural à realidade, pois o trabalho também possui uma outra dimensão que é a de prover a subsistência de cada um de nós.
Victor Frankl afirma que: “O trabalho pode representar o campo em que o ‘caráter de algo único’ do indivíduo se relaciona com a comunidade, recebendo assim o seu sentido e o seu valor. Contudo, este sentido e valor é inerente em cada caso, à realização (à realização com que se contribui para a comunidade) e não a profissão concreta como tal. Não é, por conseguinte, um determinado tipo de profissão que oferece ao homem a possibilidade de atingir a plenitude. Neste sentido, pode-se dizer que nenhuma profissão faz o homem feliz. A profissão, em si, não é ainda suficiente para tornar o homem insubstituível; o que a profissão faz é simplesmente dar-lhe a oportunidade para vir a sê-lo”.
A nossa profissão constitui-se numa possibilidade de nos colocarmos a serviço do outro, e é nessa possibilidade que o nosso trabalho ganha importância e significado, permitindo-nos a descoberta de quem realmente somos. A realização que vem do trabalho tem relação com o que há de mais específico e original em cada um de nós.
No exercício profissional podemos expressar, de forma única, quem somos e, assim, oferecer uma contribuição para a sociedade que somente nós podemos dar. Isso independentemente do que fazemos. Portanto, a questão não está no que fazemos, e sim, em como fazemos. Claro, precisamos estar atentos à realidade em que vivemos e as oportunidades que por um acaso possam surgir para bem aproveitá-las. Mas o mais importante é entendemos que não é uma profissão que faz o homem feliz; uma profissão apenas oferece oportunidade para sermos feliz. A verdadeira felicidade está em servimos ao outro e a Deus.
São Domingos Sávio dizia que: “Ser santo é cumprir bem os deveres e ser alegre”. Ele nos deixou a lição de que “trabalhar com alegria” é um bom caminho que podemos seguir rumo à santidade e, dessa forma, podemos unir as duas dimensões vocacionais: a humana e a divina.
Façamos tudo com alegria, na certeza de que independente da nossa profissão, independente do que nós fazemos, podemos contribuir para o bem de outros, podemos deixar a marca da nossa singularidade, pois somos “únicos e irrepetíveis” como bem dizia Victor Frankl. Procuremos viver a cada dia o princípio deixado por São Paulo: “Quer comais ou bebais ou façais qualquer outra coisa, façais tudo para a glória de Deus” (1Cor 10,31).

Um comentário:

Roberto Marques, disse...

O Propósito da Vida
por Roberto Marques
Trabalho tem a ver com talento, com vocação, com “missão de vida”.
A maioria de nós, por motivos econômicos ou culturais, não foi ensinada e incentivada a buscar por nossa vocação profissional ou por nosso “chamado”, pois, literalmente, “vocação” significa “chamamento”.
Aprendemos desde criança que temos que “nos virar”, fazer alguma coisa que “dê dinheiro”. Mas quando trabalhamos apenas pelo sustento, pelo dinheiro, estamos como que nos prostituindo, adulterando a nossa razão de existir. Assim, violentamos o propósito para o qual nascemos neste mundo, nossa vocação, nossa missão.
A Parábola dos Talentos ensina que você tem, pelo menos, um talento para servir à humanidade (Mt 25.14-30). O dom que existe dentro de você é único, singular, ninguém mais tem. Seu sucesso profissional será o resultado de você desenvolver seu talento em benefício de seus semelhantes, para a glória de Deus.
Henry Ford, fundador da Ford, disse: “O verdadeiro segredo de uma vida bem-sucedida é descobrir qual é o destino de uma pessoa e então cumpri-lo”. O escritor George Fraser aconselha: “Encontre alguma coisa que você adore fazer e você jamais trabalhará de novo”.
É verdade: quem ama o que faz não trabalha nem um dia sequer durante toda a vida.
Fonte: Livro “A Lei do Sucesso Segundo Jesus”.